quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Um dia comum

A saudade atropelou a ansiedade, que atropelou a si mesma. E assim, meu desejo, agora tão palpável, tão ao meu alcance, me deu trégua pra descansar. Pra esperar com o coração sossegado, andar pelos dias, tomar café com leite, ler uma revista no metrô. Trabalhar com alegria e enxergar os cantinhos onde se escondem os pequenos prazeres. Ou, simplesmente, abandonar a miopia. Rever as paisagens batidas, as ruas de sempre, todas tão mais ensolaradas. Há tão pouco tempo me engoliam e, hoje, me abriram um sorriso. Devolvo a gentileza e isso me enche os pulmões. Reconheço um rosto amigo numa portaria, numa lanchonete, nessa minha vida que surpreende, sem espantar. Queria poder caminhar sempre leve assim. E vou tentar. Posso até me lembrar de respirar devagar, corrigir a postura. Andar altiva pela tarde e retribuir, um pouquinho que seja, toda a beleza de um dia comum.

Um comentário:

Juliana disse...

Que lindo, amiga! Bons ventos e boas vibrações pra ti! :)
Beijos!
Juju