Hoje eu acordei tomada de humanidade. Essa humanidade que, às vezes, adormece e, quando menos se espera, retorna exasperada. Vontade de sair e sentir o vento gelado, olhar no rosto das pessoas e me comover com isso. Sim, me comover com qualquer coisa. Qualquer coisa que pareça grande. E a existência de qualquer um é grande o suficiente pra me perturbar. Rostos estranhos que inspiram, primeiro, a surpresa - o outro. Depois, a curiosidade - quem será o outro? E também uma ternura - eu poderia ser o outro. Um gesto, uma palavra, tudo é enorme. Será que cabe? Desejo doído de ser parte dessa enormidade. De abraçar o mundo, de contê-lo em mim. Necessidade de ouvir tudo o que bate ou sussura - porque, no fundo, é sempre um grito. De enxergar os sorrisos e os cortes profundos. De experimentar o sal e tatear as asperezas. Mas, sobretudo, de ser parte, constituinte, pedaço. E, como porção desse todo, ter direito ao punhado de humanidade que me cabe. Ter direito a um cuidado, um afago, um compromisso, uma batalha, uma aflição. E poder sentir, em toda parte, a humanidade que há em mim.
quinta-feira, 12 de julho de 2007
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