quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

Dores, saudades, remédios

Eu precisei tanto de você. Do seu colo, seu afago, de você me levando na benzedeira pra tirar tudo de mau que havia dentro de mim. Ai, como eu queria que você estivesse aqui e que toda essa dor pudesse passar com água benta e um sinal da cruz feito por uma mão enrugada. Fez dois anos que você se foi. Me deixou órfã do amor mais terno que eu já tive na vida. Um amor que pedia um abraço macio, uma barra de saia e paciência infinita ... É verdade que, antes de você ir, já fazia tempo que eu não tinha mais a intimidade e o tamanho do aconchego dos seus braços cansados. Mas a sua presença me acolhia. Era olhar pra você e trazer de volta tudo aquilo ... Você não dizia nada, mas eu sabia. Hoje, o que eu sei é que saudade assim não dói todo dia. Mas quando dói, abre o peito da gente e se mistura a outras dores residentes. Eu pedi tanto. E sabia que você não faltaria. Aquele machucado no joelho, tão inflamado, foi você quem cuidou. Eu tive certeza que só um curativo feito por você me acalmaria essa inflamação de agora. Obrigada por embalar meu sono mais uma vez.

3 comentários:

Anônimo disse...

"...o que eu sei é que saudade assim não dói todo dia. Mas quando dói, abre o peito da gente..."

Ahh! Mas que verdade essa, Santo Deus!


Ótimo, saudade de você.

M.

Iara Ga Iañez disse...

Quem disse que ia ser fácil?
Bjs mil!

Anônimo disse...
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