quarta-feira, 23 de julho de 2008

Bate-papo comigo

Ando esquecida de mim, de tanto que amo e sinto saudade. Incongruência? Total. Eu sou amor e saudade. Ambulante. Por aí, às turras com a vida. Ainda não sei se busco coerência, congruência. Sou simples demais pra isso. Busco consistência? Pode ser. Mas não nos bancos universitários, ou na filosofia alemã. Busco consistência na minha relação com o outro e comigo. Não sei quantos diplomas são necessários pra entender que viver é uma exigência. Instintivamente, percebo isso desde pequena, cumprindo minhas corriqueiras obrigações. E sigo assim ... simples para os outros, indecifrável pra mim mesma. Ou o contrário. Cheirei tanto a realidade, que acabei me viciando. E não tenho como parar, convicta demais que estou nesse meu pacto com a vida. Pode bater, pode pesar, pode doer ardido no peito; eu não me esquivo. E quem se esquiva? É só o que nos resta: viver (plagiando Gullar, na cara dura). No máximo, me curvo. Efeito colateral é sempre o mesmo: angústia. Sim, lucidez e angústia andam juntas. Inextricáveis. Estou chovendo no molhado. Mas não é só isso, não. Tem amor. Amor não cura; remedia. Amor distrai todos os sentidos de uma só vez. E então, a gente chega a acreditar que é refém dessa tal felicidade. Que o amor dure muito porque, em se tratanto de amor, o muito é sempre pouco. Mas não adianta se iludir: os sentidos logo se arrependem dessa inebriante distração. Não sei por que estou escrevendo isso, divagando tanto. Auto-conhecimento? Sim, blog é mais barato que terapia. Acho que foi só um tempo pra mim, pra eu me lembrar do que sou feita ... embriagada que ando, sob os efeitos latejantes do amor.

Um comentário:

Anônimo disse...

Eu sei do que vc é feita!

;-)

T