Tenho pensado muito na minha avó e acho que o nome disso é mesmo saudade. E daí que hoje cedo vi uma reportagem na TV, com uma senhorinha linda, que vive numa vila isolada, no sertão de Pernambuco, de onde não sai e de onde conserva as melhores recordações da sua vida. Aí, de repente, ouço aquela canção que a Maria Gadú fez para a avó dela, que diz mais ou menos assim: "de todo o amor que tenho, metade foi tu quem me deu, salvando minh'alma da vida, sorrindo e fazendo o meu eu ...". Fiquei matutando que as avós são esses seres cheios de histórias pra contar, de um mundo que já não existe mais, de uma ternura quase inconcebível nas nossas vidas metropolitanas. A minha avó, essa de quem eu tenho tanta saudade, me contava dos bailes de carnaval do interior, das farras no caminho do sítio para a escola primária, dos namoros que demoravam dez anos pra acontecer, das bonecas feitas de sabugo de milho, do arroz com galinha fumegando no fogão à lenha ... E a grande maravilha disso é que, enquanto ela rememorava, ela me dava um pouco disso, me permitia viver esses cheiros e cores que ela tinha tão vivos na memória. E então, me peguei pensando quais histórias eu e as mulheres da minha geração teremos para contar para os nossos netos. Vamos falar das festas meio bacanais da faculdade, do quanto foi difícil afirmarmo-nos no mercado de trabalho, dos namoros que aconteceram e duraram apenas um dia, das nossas bebedeiras infindáveis pelas baladas da vida, do quanto fizemos para sermos as fodonas e não mulheres submissas como as nossas avós? Ok, são histórias. Mas cadê a poesia disso? Onde estão os gostos, os cheiros, os passarinhos? Que tipo de avós seremos? Eu, que ainda nem mãe sou, tô aqui toda saudosista ... Será que estamos caminhando pra um tempo em que a ternura das avós só será encontrável num sorriso desbotado, estampado num retrato amarelado, tirado lá em vila Longe?
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
Assinar:
Postar comentários (Atom)
6 comentários:
OIe...adorei seu blog.
Estava de passagem mais agora estou seguindo-te.
Passa no meu tb.
http://www.thatycastan.blogspot.com
Pedaços do Cotidiano
Te espero por lá.
kisses
thaty
Convive muito com minha avó, devo a ela muito do que sou. Ela era minha palavra de animo qdo eu desistia, meu conselho certo pra assuntos mil, era a estoria boa dos tempos de antigamente, da roupa passada no ferro de brasa e engomada pra missa de domingo.
Ai a doença veio e a levou . Mas suas historia ficaram. Talvez eu não tenha boas historias minhas pra contar, mas sei as delas. Pelo menos isso tenho pra contar pros meus filhos e netos q ainda virão!
Voce disse uma coisa muito importante. É uma reflexão que todos deveriam fazer: se espelhar nos idosos. Eles tem muito a ensinar.
Eu também escrevo e tenho um blog, esta mensagem escrevi hoje dia 14/09/10 às vinte horas.
Em Busca da Felicidade.
14/09/10.
Existe uma corrida em busca da felicidade,
Mas muitos a procura no lugar errado,
De forma inadequada.
Felicidade, ao contrário do que maioria pensa,
Não é uma caixinha de surpresa que ao abrir: puft! Sou feliz.
Não.
Felicidade depende de comportamento correto.
Se eu sobremaneira ferir qualquer pessoa,
Já é uma pedra no caminho que me conduziria à felicidade,
Que se não for retirada atrapalha.
Pense não como uma surpresa,
Mas uma construção elaborada chamada felicidade.
Pense na sua atitude como sendo material com que você quer construí-la.
Este material deve ser o melhor possível,
Para que a construção da tal felicidade não venha à ser comprometida e ruir.
Quem não quer prestar conta dos seus atos às pessoas que lhes são queridas;
Quem se limita a ser feliz sozinho;
Pode parecer estar feliz, mas será por pouco tempo,
Porque felicidade plena não existirá no nosso mundo,
Pelo menos enquanto existir traição.
Jorge.
LU, adorei esse texto. Espero que o sorriso e amor de avó seja um presente que deixaremos para as próximas gerações, quer tenhamos filhos ou não.
Um grande abraço a todos os leitores e lógico a você... Adorei receber gotinhas de carinho que se espalham nesse texto.
Estava de passagem e me peguei lendo esse texto. Gostei bastante! Parabéns.
Postar um comentário