sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Espelho, espelho meu

Acho melhor quebrar esse espelho, antes que ele me arrebente. Espelho idiota. Vou fazer pedacinhos de você. Caquinhos e mais caquinhos, que vão se espalhar por aí, até sumir, evaporar e, assim, vou ficar livre de mim mesmo. Quem você pensa que é pra me expor desse jeito? Sem dó, sem retoques, sem minha melhor roupa, ou meu melhor sorriso? Você acha que pode mostrar que sou imperfeito, gordo, magro, alto, baixo, insuficiente? Não pode, eu não deixo. Verdade, você me deixa vaidoso, às vezes. Mas é melhor não. Você acaba com a minha vaidade em segundos. Eu vou arrebentar você. Assim, nunca mais vou ter que olhar pra mim. E, ainda melhor, não vou ter que mexer nisso tudo que você me mostra: imperfeições, inadequações, insuficiências. Vou te destruir e tudo vai ficar bem. Mas ... pera lá ... será? Não sei. Agora fiquei inseguro. Você também me mostra tanta beleza! Já sei. Vou virar você pra parede. Até tudo isso passar, até chegar a hora. Será que um dia eu vou me enxergar?

Um comentário:

Iara Ga Iañez disse...

Ai Lu...
Tão óbivo quanto dolorido.
Bjs