segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Indignação

Essas eleições estão me deixando tão de bode, que já tô contando os minutos pra chegar o dia três de outubro. E nem tem nada a ver com os Tiriricas da vida, não. Quer dizer, tem também, mas este nem é o motivo principal. O fato é que nesses tempos de redes sociais, mesmo que você não queira, não há como fugir: as opiniões se escancaram e, com elas, julgamentos de valor, ranços, pedantismo, arrogância e, principalmente, preconceitos. Contatos afirmando não conhecer ninguém com nível superior que seja eleitor de Dilma Rousseff e, ao mesmo tempo, que o Nordeste em peso, devido à sua falta de cultura e educação, irá votar nesta candidata. Há até aqueles que extrapolam todos os limites e fazem "piadas", dizendo que nordestino não vota no Serra porque este prometeu dar emprego para todo mundo. Alguém riu, aí? Que pena! Muito triste fazer anedota com um dos mais graves problemas sociais do nosso País; problema, aliás, que graças a um nordestino que enfrentou a falta de oportunidades e migrou quilômetros em um pau-de-arara, começou a ser tratado com respeito, recursos e, mais do que isso, com carinho. Este post não é pra ser, de forma alguma, apartidário. Afinal, não tenho por que esconder minha preferência política, sendo que a defendo sem ofender ninguém, ao contrário do que tenho visto por aí. Agora, o que mais me espanta é que estas pérolas apodrecidas saiam de bocas inesperadas, antes insuspeitas para mim. Gente bem nutrida e com diploma, que desconhece os eleitores de Dilma porque só os procura entre os seus pares. Aviso a esses incautos: vocês não terão de esperar mais muito tempo para encontrar universitários entre os eleitores dela (ou de seus sucessores). Graças ao governo de um presidente não diplomado, milhares de brasileiros pobres já estão tendo a oportunidade de chegar ao terceiro grau. Por enquanto, se quiserem saber onde mais facilmente estão os eleitores de Dilma, basta olhar para os lados: são os porteiros, zeladores, diaristas, frentistas, ... Vale até bater um papo com o moço simpático do bar; sabe aquele que sempre serve o seu cafezinho com a maior alegria?! Sei que o dia três vai chegar, mas com ele, infelizmente, não irá o preconceito vergonhoso de eleitores (não consegui usar a palavra "cidadãos") que se baseiam menos em propostas e mais em status. Ah, sim, se for por falta de diploma universitário, eu tenho três. Pena que os piadistas de plantão não tenham nível superior em respeito ao próximo.